Dia Mundial da Hidradenite: diagnóstico precoce e tratamento especializado são essenciais para controlar a doença



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4 de junho de 2025

O Dia Mundial da Hidradenite Supurativa é em 6 de junho, data importante para conscientizar a população sobre essa condição de pele ainda pouco conhecida, mas com grande impacto na qualidade de vida dos pacientes. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) chama atenção para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado, que pode incluir desde mudanças de hábitos até cirurgias especializadas. 

“Reforçamos a importância da informação de qualidade e do acompanhamento com dermatologistas especializados, em busca de alertar para a população sobre os riscos da automedicação e das informações desencontradas disponíveis na internet. Nenhuma notícia substitui a consulta com o dermatologista para ter o melhor resultado possível”, diz Dr. Carlos Barcaui, presidente da SBD. 

Se trata de uma doença inflamatória crônica que afeta o folículo piloso, com manifestações frequentes em áreas de dobras do corpo, como axilas, virilha, região glútea, entre outras. “A enfermidade é caracterizada por abscessos dolorosos, nódulos e túneis sob a pele, que inflamam e desinflamam repetidamente. São bastante dolorosas, podem soltar secreção e também, muitas vezes, um odor desagradável”, explica Dra. Maria Cecilia Rivitti, médica dermatologista da SBD, 

A causa envolve fatores genéticos e de estilo de vida, como obesidade, tabagismo e dieta rica em carboidratos. Alterações hormonais, segundo a dermatologista, são raramente observadas. Apesar de não haver cura definitiva, há possibilidade de controle e até de remissão prolongada das lesões, desde que o paciente mantenha acompanhamento regular e adote hábitos saudáveis. 

O diagnóstico é essencialmente clínico, mas pode ser complementado por exames de imagem, como a ultrassonografia. “A combinação de medicamentos, mudanças comportamentais, uso de lasers e cirurgia, quando indicada, pode trazer bons resultados, principalmente se iniciada nas fases iniciais da doença”, conta Dra. Maria Cecília. 

 

Cirurgia de Hidradenite Supurativa 

Para os casos mais avançados, a cirurgia torna-se uma alternativa importante. Dr. Mário Chaves, médico dermatologista da SBD, explica que é indicada para pacientes em estágios moderados a graves da doença. 

“No estágio moderado, o paciente tem lesões nodulares que formam túneis e episódios repetidos de inflamação. Já no estágio grave, essas lesões acometem uma área anatômica inteira. Nesses casos, mesmo com tratamento clínico otimizado, a cirurgia ajuda a controlar a doença ao remover áreas que funcionam como verdadeiras fábricas de mediadores inflamatórios”, detalha Dr. Chaves. 

As técnicas variam desde drenagens simples até excisões amplas com reconstrução, sendo essa última a que apresenta melhores resultados segundo estudos de metanálise. Ainda assim, o especialista ressalta que a cirurgia sozinha não é suficiente. 

“A cirurgia anda de mãos dadas com o tratamento clínico e o controle dos fatores de risco, como sobrepeso, tabagismo e atrito no local. Quando bem conduzida, ela pode induzir a remissão da doença por longos períodos”, afirma. 

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4 de junho de 2025

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) reconhece como um avanço importante a recente atualização dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para o tratamento da Dermatite Atópica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Após um longo período sem revisões, a incorporação de medicamentos tópicos, como o tacrolimo (Portaria SECTICS/MS nº 31, de 12 de maio de 2025) e o furoato de mometasona (Portaria SECTICS/MS nº 18, de 12 de maio de 2025), além do metotrexato para uso sistêmico (Portaria SECTICS/MS nº 17, de 12 de maio de 2025), representa uma evolução no cuidado aos pacientes que convivem com a doença. 

Ainda assim, a SBD reforça que essas atualizações, embora relevantes, não contemplam de forma plena os casos graves de Dermatite Atópica, especialmente entre a população adulta. Já estão disponíveis no Brasil, com aprovação da Anvisa e incorporação ao rol da ANS, terapias alvo-específicas como o dupilumabe — medicamentos que têm se mostrado eficazes na modificação do curso da doença e na melhora expressiva da qualidade de vida dos pacientes. 

A Portaria SECTICS/MS nº 48, de 3 de outubro de 2024, aprovou a incorporação do uso do dupilumabe para crianças e do upadacitinibe para adolescentes com formas graves de Dermatite Atópica. Contudo, esses tratamentos ainda não foram efetivamente disponibilizados na rede pública. 

Nesse contexto, a Instituição manifesta sua preocupação com a ausência de opções terapêuticas modernas e eficazes para os adultos que enfrentam formas severas da doença, o que compromete os princípios de equidade e integralidade preconizados pelo SUS. 

A SBD reitera sua disposição em colaborar tecnicamente com o Ministério da Saúde na formulação e aprimoramento de políticas públicas que assegurem o universal, seguro e digno a todos os pacientes com dermatite atópica no Brasil. 

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28 de maio de 2025

A forte atuação da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), junto ao Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE), resultou em uma importante e histórica conquista: a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), instrumento oficial do Governo Federal, ou a reconhecer formalmente o título de “Médico Cirurgião Dermatologista”. A mudança reforça a habilitação dos Dermatologistas para a realização de procedimentos cirúrgicos, alinhando a descrição da profissão à formação e à prática médica da especialidade. 

Anteriormente, a CBO se referia de forma genérica ao “Dermatologista”, sem menção expressa às competências cirúrgicas da especialidade. Isso gerava distorções, especialmente no âmbito dos planos de saúde, onde o dermatologista frequentemente recebia valores inferiores pelos mesmos procedimentos realizados por cirurgiões, devido à limitação da antiga nomenclatura, que apontava a especialidade apenas como clínica. 

Com a atualização, os planos de saúde deverão reconhecer e igualar a remuneração de procedimentos cirúrgicos realizados por dermatologistas, conferindo maior equidade e valorização profissional. 

O novo título também oferece maior clareza e respaldo técnico à atuação dos profissionais da área. “Trata-se de um marco na valorização do exercício médico da Dermatologia, oferecendo maior segurança jurídica e fortalecendo o reconhecimento da especialidade frente a tentativas de restrição indevida ou à concorrência desleal de profissionais não médicos”, declara Carlos Barcaui, Presidente da SBD. 

A mudança é fruto da articulação da SBD junto a órgãos públicos e entidades reguladoras, reafirmando o compromisso da entidade com a defesa das prerrogativas do Médico Dermatologista e com a valorização da Dermatologia como especialidade médica baseada na ética, formação especializada e cuidado integral à saúde. 

 

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20 de maio de 2025

O uso do minoxidil oral no tratamento da queda de cabelo, as doenças dos cabelos na infância e os tumores ungueais estão entre os destaques do Simpósio de Cabelos e Unhas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que ocorreu em São Paulo, no último final de semana (16/05 e 17/05), em parceria com a Regional local. O evento reuniu especialistas de todo o Brasil e destacou os avanços científicos no diagnóstico e tratamento de doenças capilares e ungueais. 

Entre os assuntos, o uso do Minoxidil, tradicionalmente utilizado como medicamento vasodilatador para hipertensão, tem conquistado espaço no tratamento de condições como a alopecia androgenética – também conhecida como calvície. 

“É uma medicação muito eficaz, com baixos efeitos colaterais se feito em acompanhamento com médico dermatologista. Embora o uso seja mais comum em adultos, em casos específicos o minoxidil oral pode ser utilizado em crianças, sempre com doses individualizadas e avaliação cuidadosa”, explicou a dermatologista Dra. Isabella Doche, que abordou o assunto no evento. 

A especialista também destacou a possibilidade de associar com outras medicações para a alopecia androgenética para ampliar os resultados desde que indicado adequadamente. “Discutimos as doses, como começar o uso, fazer a manutenção, as melhores combinações com o minoxidil 5% tópico”, contou. 

Outro tema que gerou grande interesse entre os participantes foram as doenças capilares na infância. 

Entre os tópicos discutidos estiveram a tinea capitis (micose do couro cabeludo), a tricotilomania e a alopecia areata. A médica dermatologista Dra. Caroline Romanelli alertou para os cuidados com a tinea capitis, que é contagiosa e comum em crianças entre 4 e 7 anos. “É importante orientar as famílias a evitar o compartilhamento de pentes, escovas e manter uma higiene adequada”, destacou. 

A tricotilomania, por sua vez, é um transtorno psicológico em que a criança tem o impulso de arrancar os próprios cabelos. “É essencial abordar esse problema de forma multidisciplinar, com acompanhamento psicológico e apoio familiar. O tratamento pode envolver terapia comportamental, uso de medicamentos ansiolíticos e cuidados dermatológicos para estimular o crescimento dos fios”, explicou Dra. Caroline. 

Já a alopecia areata, doença autoimune que pode provocar perda parcial ou total dos cabelos, foi abordada com otimismo diante dos avanços terapêuticos. A médica destacou a aprovação recente do ritlecitinibe, um inibidor de JAK, para uso em pacientes a partir dos 12 anos.  

“Esses medicamentos têm mostrado resultados positivos em restaurar o crescimento do cabelo em muitos pacientes”, afirmou. Segundo ela, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado fazem toda a diferença, especialmente diante do impacto emocional que a condição pode causar. 

Outro debate entre os médicos dermatologistas ocorreu sobre os tumores ungueais. Segundo Dr. Nilton Gioia Di Chiacchio, responsável por conduzir o assunto, esse grupo de doenças ainda é pouco discutido fora dos meios especializados, apesar de sua gravidade potencial. 

“Existem inúmeros tumores ungueais, benignos e malignos. Os malignos, como o melanoma e o carcinoma espinocelular, têm potencial de metástase e podem ser fatais”, alertou. O médico destacou a importância do diagnóstico precoce como principal ferramenta para mudar o prognóstico dos pacientes. “Alterações na unha, como manchas, vermelhidão ou áreas esbranquiçadas, podem ser confundidas com micoses e acabam sendo negligenciadas”, explicou. 

Além disso, o especialista reforçou que é fundamental que o dermatologista esteja preparado para diferenciar essas condições de outras doenças como psoríase, líquen plano ungueal ou infecções.  

“Tratamos esse tema com carinho, para que os dermatologistas tenham o à melhor informação e possam aplicá-la na prática diária, beneficiando assim os pacientes, nosso principal foco”, concluiu. 

Simpósio de Cabelos e Unhas 

O evento reforçou seu papel como uma das principais iniciativas da dermatologia nacional ao promover discussões de alto nível científico e incentivar a troca de experiências entre os profissionais da área. Com temas que vão da infância à vida adulta, da estética ao risco oncológico, o encontro mostrou que a dermatologia capilar e ungueal é uma área cada vez mais estratégica para a saúde e qualidade de vida dos pacientes. 

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13 de maio de 2025

Informamos que na próxima reunião do Conselho Deliberativo da SBD, que acontecerá no dia 14 de junho de 2025, haverá eleição para membros das Comissões Permanentes da SBD.

Comissão de Ética e Defesa Profissional  – 1 vaga

Comissão de Título de Especialista – 1 vaga

Comissão de Ensino  – 1 vaga

Comissão Científica – 1 vaga

Para se candidatar a qualquer vagas das Comissões é exigido que o candidato seja associado titular da SBD há mais de 5 (cinco) anos e quite com suas obrigações sociais.

Conforme disposto no art. 7° do Estatuto da SBD, “são associados titulares todos os médicos dermatologistas, residentes ou não no Brasil, inscrito para esse fim, portador de Título de Especialista em Dermatologia (TED) emitido pela Associação Médica Brasileira após aprovação no exame promovido pela SBD e que possui o registro da especialidade Dermatologia (RQE – Registro de Qualificação do Especialista) no Conselho Regional de Medicina competente”. Para o cargo de membro das Comissões de Título de Especialista, Científica e de Ensino é exigido, ainda, que os candidatos sejam professores titulares, livre-docentes ou doutores.

O associado da SBD que preencher os requisitos dos cargos acima mencionados e tiver interesse em se candidatar deverá encaminhar solicitação de inscrição de sua candidatura endereçada à Diretoria da SBD para o e-mail [email protected], impreterivelmente, até o dia 14/05/2025, contendo nome completo e o nome da Comissão de interesse. Os candidatos às vagas nas Comissões de Título, Científica e de Ensino deverão enviar, ainda, no mesmo e-mail, a comprovação de que são professores titulares, livre-docentes ou doutores. Não serão aceitas inscrições recebidas após o prazo acima mencionado, o que inclui a não aceitação de inscrições durante a reunião do Conselho Deliberativo.

Além disso, solicitamos que o candidato envie um mini-currículo no formato PDF, de no máximo 1 página, em letra Arial ou Times New Roman, tamanho 12, com informações sobre sua formação profissional e demais tópicos referentes à vaga pretendida.

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12 de maio de 2025

Na reunião ordinária do Conselho Deliberativo que ocorrerá no dia 14 de junho de 2025, no Hotel Inter Continental, localizado na Alameda Santos, 1123 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, CEP: 01419-001, será escolhida a cidade sede e o Presidente do Congresso da SBD do ano de 2029.

As cidades candidatas para sediar o Congresso de 2029 são: Goiânia  (Regional Goiás), Belo Horizonte (Regional Minas Gerais) e Curitiba (Regional Paraná).

Os associados que preencherem os requisitos dispostos abaixo poderão inscrever sua candidatura para o cargo de Presidente do Congresso de 2029 através de correspondência eletrônica a ser enviada, impreterivelmente, até o dia 12 de junho de 2025 para o e-mail: [email protected].

São requisitos para o cargo de Presidente do Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia:

  • a Ser associado honorário ou titular com mais de 10 (dez) anos nessa categoria;
  • a Estar quite com suas obrigações sociais;
  • a Ter desempenhado cargos diretivos em Regional ou na SBD;
  • a Ser filiado à Regional sede do Congresso;
  • a Residir no Estado que sediará o Congresso.

Informamos, ainda, que serão concedidos 7 minutos durante a reunião do Conselho para que as Cidades candidatas, representada pela Regional, defendam a sua candidatura. É essencial que nessa apresentação a Regional comprove que a Cidade candidata possui condições de infraestrutura para sediar o Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Após a escolha da cidade sede serão concedidos 3 minutos para que cada candidato a Presidente do Congresso de 2029, residente no estado da cidade eleita defenda a sua candidatura. Em seguida será eleito o  Presidente do Congresso de 2029.

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1 de maio de 2025

Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) aproveita o Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de maio, para lembrar que saúde ocupacional vai além dos exames periódicos. A pele, maior órgão do corpo humano, também precisa de atenção, especialmente para profissionais expostos ao sol ou em contato com substâncias químicas e irritantes. 

Entre os problemas dermatológicos mais frequentes nos ambientes de trabalho está a dermatite de contato ocupacional, uma inflamação cutânea provocada por agentes irritantes ou alérgenos presentes em produtos como detergentes, solventes, graxas, cimento, cosméticos, tintas, entre outros. 

“A dermatite de contato é muito comum entre profissões como cabeleireiros, auxiliares de limpeza, trabalhadores da construção civil e até profissionais da saúde. A exposição constante a substâncias agressivas ou o uso inadequado de equipamentos de proteção contribui diretamente para o surgimento do problema”, explica a dermatologista Dra. Rosana Lazzarini, membro da diretoria da SBD. 

Os sintomas variam conforme o tipo, podendo ser dermatite irritativa ou alérgica, mas incluem vermelhidão, coceira, ardor, descamação e bolhas. O diagnóstico deve ser feito por um dermatologista, que poderá solicitar testes de contato para identificar a substância causadora da reação, e o tratamento dependerá da gravidade do quadro, podendo incluir desde tratamentos tópicos até medicamentos orais ou eventualmente internação hospitalar, nos casos de maior gravidade. 

“É preciso que empresas e empregadores reconheçam a importância da proteção da pele como parte dos cuidados com a saúde do trabalhador. Muitas vezes, pequenas mudanças no ambiente ou no uso de equipamentos de proteção mais adequados podem prevenir doenças crônicas. É preciso identificar os agentes irritantes e os alérgenos e tentar evitá-los, utilizar os EPI (Equipamentos de Proteção Individual) quando indicados, higienizar corretamente a pele”, diz Dra. Lazzarini. 

Sol e trabalho: como se prevenir? 

Outro fator de risco para a saúde da pele no ambiente de trabalho é a exposição solar, especialmente entre profissionais que atuam ao ar livre, como agricultores, operários da construção civil, carteiros, entre outros são vulneráveis aos danos provocados pela radiação ultravioleta.  

De acordo com a Dra. Bianca Costa Soares de Sá, coordenadora do Departamento de Oncologia Cutânea da SBD, a exposição solar intensa pode induzir a ativação de doenças autoimunes da pele, infecções e reações medicamentosas. Além disso, a exposição crônica ao sol não apenas acelera o envelhecimento da pele e favorece o surgimento de manchas, como também está relacionada ao aumento significativo de risco de câncer da pele. 

“A exposição intensa, prolongada e cumulativa é o que mais preocupa. Ela está diretamente ligada ao surgimento de tumores cutâneos, especialmente entre trabalhadores que atuam em ambientes externos”, destaca a especialista. 

Para reduzir os riscos, a dermatologista reforça a importância da combinação entre proteção física e o uso de loções com filtro solar, que deve ser reaplicada a cada duas horas. “O ideal é evitar a exposição, principalmente entre 10h e 15h, quando a intensidade da radiação ultravioleta é mais alta. Se não for possível, é fundamental o uso de chapéus, roupas adequadas, preferencialmente com proteção UV, óculos escuros e protetor solar”, orienta a médica dermatologista. 

Bianca lembra ainda que o protetor solar não bloqueia toda a radiação, e que chapéus e roupas atuam apenas nas áreas de contato direto, uma vez que a radiação é refletida pelas superfícies ao nosso redor, reforçando a necessidade do uso conjunto dessas medidas. 

“Cuidar da saúde do trabalhador é um compromisso que vai além das estruturas físicas e inclui também a proteção contra riscos invisíveis, como a radiação ultravioleta. A adoção de medidas simples pode evitar doenças graves e garantir qualidade de vida de quem a boa parte do dia exposto ao sol”, alerta ela.  

Nesse contexto, iniciativas legislativas desempenham um papel essencial, como a Lei 8.231/91, que atribui a todas as empresas a responsabilidade pela adoção de medidas de proteção e segurança à saúde do trabalhador, é um marco importante e merece maior notoriedade na luta contra o câncer de pele.  

A SBD reforça que a proteção solar deve ser uma prioridade nas práticas de segurança do trabalho quando a atividade laboral acontece em ambientes com exposição ao sol, para que a causa da prevenção ao câncer de pele ganhe força como um conjunto de medidas públicas e privadas.   

Outro avanço importante foi a Lei 14.758/2023, que institui a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC) no SUS. A PNPCC promove diretrizes de saúde para a prevenção, rastreamento, tratamento e reabilitação do câncer, além de estabelecer cuidados paliativos para pacientes em fase terminal e apoio psicológico para pacientes e familiares.

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30 de abril de 2025

A esporotricose, uma infecção causada por fungos do gênero Sporothrix, antes rara e associada ao contato com o solo, tornou-se um problema de saúde pública nas grandes cidades brasileiras. O tema foi um dos assuntos do Dermatrop – Simpósio de Dermatologia Tropical e Doenças Negligenciadas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que ocorreu neste mês de abril em São Paulo. O médico dermatologista Dr. Dayvison Freitas, que esteve em uma das mesas sobre o assunto, explica que a doença se manifesta principalmente na pele, mas pode atingir outros órgãos em casos mais graves.  

“As lesões normalmente começam como umas bolinhas pequenas, conhecidas como pápulas, que aumentam de tamanho e viram nódulos, que estouram. Além disso, outros começam a surgir no trajeto dos vasos linfáticos”, descreve o médico.  

Segundo Dr. Freitas, a forma mais comum da doença é a linfocutânea, mas também existe a forma fixa, em que a lesão não se espalha, e formas mais raras e graves que atingem os olhos, ossos, pulmões e até o sistema nervoso central. “Menos de 10% dos casos têm apresentação diferente. Em raras situações, pode ocorrer até pneumonia ou meningite”, alerta ele.  

A mudança na cadeia de transmissão  

Até o final da década de 1990, a esporotricose era adquirida, principalmente, por contato com espinhos e gravetos contaminados. Mas tudo mudou a partir de uma alteração de padrão detectada no Rio de Janeiro e posteriormente em outras regiões do país.   

Embora sejam apontados como a principal fonte de transmissão, os gatos também são as maiores vítimas da negligência humana, especialmente pela falta de cuidados. O médico chama atenção para o papel do abandono animal na disseminação da doença.   

Diagnóstico e tratamento ainda enfrentam desafios  

Na rede pública, o diagnóstico é feito, em geral, de forma clínico-epidemiológica. No entanto, a confirmação micológica (detectar o fungo a partir de amostra da lesão), apesar de relativamente simples, exige coleta de material da lesão e cultivo em laboratório especializado, o que pode levar semanas.  

O tratamento padrão dura de três a quatro meses, mas pode se estender. O principal remédio é istrado por via oral. Para casos especiais, como grávidas, existem alternativas como criocirurgia e termoterapia (compressas mornas). Para pacientes polimedicados, estas também são alternativas válidas e existem outras poucas opções de medicamentos, de acordo com o médico.  

Ainda não existe vacina para a esporotricose. A prevenção a, sobretudo, pelo controle da doença nos animais infectados.   

Avanços recentes  

Uma conquista importante veio no início de 2025. De acordo com o médico, o Ministério da Saúde publicou uma portaria em março de 2025, tornando a esporotricose uma doença de notificação compulsória. “Só assim o Governo vai conseguir enxergar qual o real número de casos e recalcular o investimento necessário para combater a doença”, enfatiza Dr. Freitas.  

A ciência também avança em busca de novas soluções. “Estudos com laser de baixa potência têm mostrado bons resultados na cicatrização e alguns medicamentos estão em estudo, mas ainda precisamos de mais evidências”, ressalta.  

Enquanto isso, o melhor remédio continua sendo a informação, o cuidado com os animais e a vigilância ativa sobre os sinais da doença.  

Sobre o Dermatrop:   

O Dermatrop é um evento anual que reúne especialistas da dermatologia para discutir as mais recentes descobertas, tratamentos e abordagens das doenças tropicais e infecciosas que afetam a pele. A edição de 2025 foi dedicada a promover a atualização científica e a conscientização sobre condições como a Esporotricose, que impacta milhares de brasileiros.   

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17 de abril de 2025

Com a chegada da Páscoa, o consumo de chocolate se torna quase inevitável e, junto com ele, também surgem velhas dúvidas. Uma das mais comuns é se o chocolate realmente provoca ou piora a acne. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o consumo excessivo de alimentos ricos em açúcares e alguns derivados de leite está associado ao agravamento da acne — mas isso não significa que o chocolate, por si só, seja um vilão. 

Segundo o coordenador do Departamento de Cosmiatria da SBD, Dr. Daniel Coimbra, a acne é uma condição multifatorial, geralmente relacionada à predisposição genética, alterações hormonais e aumento da produção de sebo pelas glândulas da pele. 

“Não é o chocolate em si que causa acne, mas o consumo excessivo de alimentos ricos em açúcares simples e, em alguns casos, laticínios, pode agravar o quadro em pessoas predispostas. Quem percebe piora na pele após ingerir determinados alimentos deve observá-los com atenção e conversar com seu dermatologista, mas isso não significa que esses itens causarão acne em todas as pessoas”, explica Dr. Coimbra. 

A SBD reforça que a acne é uma condição comum, especialmente na adolescência, fase em que há estímulo hormonal importante sobre as glândulas sebáceas. Esse aumento de oleosidade associado à obstrução dos poros, leva à formação de cravos e, em casos inflamatórios, às espinhas. 

“É possível controlar e até prevenir a acne com medidas simples, como higienização adequada da pele duas a três vezes por dia, e evitando o uso de produtos cosméticos comedogênicos ou muito oleosos”, orienta Dr. Daniel. 

O dermatologista ainda acrescenta: 

“Nesta Páscoa, o chocolate pode — e deve — ser saboreado com prazer e moderação. O verdadeiro inimigo da pele não está no ovo de Páscoa, mas na desinformação. Cuidados diários e informação correta são os melhores aliados da saúde cutânea.” 

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16 de abril de 2025

A Hanseníase foi um dos principais temas discutidos no 47º Dermatrop – Simpósio de Dermatologia Tropical e Doenças Negligenciadas da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que reuniu especialistas de todo o país, em São Paulo, no último final de semana (11 e 12/04). A iniciativa viabilizou o compartilhamento dos mais recentes avanços no diagnóstico, tratamento e manejo da doença. Embora essa seja uma condição tratável, o estigma ainda envolve os pacientes, o que torna a disseminação de informações corretas e o enfrentamento do preconceito medidas essenciais.   

“A Hanseníase pode acometer principalmente a pele e os nervos, mas também pode afetar alguns órgãos internos. Os primeiros sinais incluem manchas claras ou avermelhadas na pele, perda de sensibilidade em lesões, ou pele sem lesão; e dor em trajeto de nervos. Identificar esses sintomas precocemente é essencial para evitar complicações”, explicou Dr. Heitor de Sá Gonçalves, que coordenou a mesa sobre o tema e mediou as discussões.  

O diagnóstico da doença é principalmente clínico e pode ser confirmado por exames como a baciloscopia ou biópsia de pele. “Hoje, temos exames mais precisos, como PCR, exames de imagem e eletroneuromiografia para os casos de Hanseníase neural pura, que ajudam a identificar a presença do bacilo e as possíveis complicações neurológicas. Um dado importante é o cuidado com a interpretação dos testes imunológicos (os testes rápidos), os quais não indicam doença, mas, se positivos, podem indicar que o indivíduo entrou em contato com o bacilo e, se negativos, não indicam ausência de doença”, acrescentou Dr. Heitor.  

Em relação ao estigma, de acordo com ele, a principal ferramenta é a educação para mudar a percepção popular. “A Hanseníase tem cura e, com diagnóstico precoce, as sequelas físicas podem ser prevenidas ou minimizadas. É fundamental educar tanto a população quanto os profissionais de saúde sobre o verdadeiro impacto da doença, desfazendo mitos históricos e mostrando, por exemplo que a mesma não é tão transmissível quanto se pensava”, ressaltou o médico dermatologista.  

Já Dra. Carla Andrea Avelar Pires, coordenadora do Departamento de Hanseníase da SBD, enfatizou a importância da atuação dos dermatologistas no cuidado aos pacientes.  

“O dermatologista tem um papel essencial no diagnóstico e acompanhamento da doença, especialmente nos casos mais complexos. Eles são fundamentais para diferenciar a Hanseníase de outras doenças de pele e para guiar o tratamento adequado”, afirmou a médica.  

Ela também destacou o tratamento gratuito oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que combina antibióticos para eliminar o bacilo causador da doença. “A poliquimioterapia é eficaz, com duração variando entre 6 meses nos casos menos graves e 12 meses para casos mais avançados”, explicou Dra. Carla.  

Além disso, a dermatologista abordou os cuidados diários que os pacientes devem ter para evitar sequelas permanentes, como perda de sensibilidade e enfraquecimento muscular. “Hidratar a pele, inspecionar pés e mãos todos os dias e usar calçados adequados são práticas essenciais. Também é importante procurar atendimento médico imediato ao notar qualquer alteração nos olhos, músculos ou pele, sinais de possível reação hansênica”, orienta ela.  

O presidente da SBD, Dr. Carlos Barcaui enfatiza que a Hanseníase é uma doença curável, mas que exige o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.   

“O evento Dermatrop 2025 foi um espaço essencial para oferecer aos dermatologistas mais ferramentas para um diagnóstico eficaz e sensível, com foco na melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Também reforçamos a necessidade de educação contínua, tanto no meio médico quanto na sociedade em geral, para garantir que as pessoas afetadas por doenças tropicais e negligenciadas não sejam mais vítimas de preconceito e, sim, recebedoras de cuidado e respeito”, conclui Dr. Barcaui.  

Sobre o Dermatrop:  

O Dermatrop é um evento anual que reúne especialistas da dermatologia para discutir as mais recentes descobertas, tratamentos e abordagens das doenças tropicais e infecciosas que afetam a pele. A edição de 2025 foi dedicada a promover a atualização científica e a conscientização sobre condições como a hanseníase, que ainda impacta milhares de brasileiros.  





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